sábado, 5 de julho de 2014

terça-feira, 1 de julho de 2014

Cérebro em off

Quando o meu tio Orlando desistiu de viver, os dias estavam lindos. Lembro-me de ter pensado como é o que sol podia continuar a brilhar se eu estava tão profundamente triste. Como se fossem incompatíveis os abraços mornos de um dia iluminado e a negrura triste da perda. Talvez por isso a morte seja fria, não sei.

Sonhei, pouco antes de vir para Portugal, que perdia o meu filho. Alguém tinha deixado uma janela aberta e eu, depois de o procurar pela casa toda e já em pânico, vi-o lá em baixo, no chão, o corpinho dele numa pose desengonçada. Ainda hoje se me aperta o coração com essa imagem e tanto assim que tratei logo de contar do meu sonho a todos os que cá podem vir, quero que me digam "és tonta", ou "essa agora". Tenho medo que o Diabo me ouça, naturalmente, mas quero jamais ter razão. Porque eu não consigo imaginar sorrir depois.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Vós não sabeis o que é sofrer

Até descobrirdes que não podeis chamar vossa prole pelo nome que sempre heis chamado porque este se tornou ridículo. Já o era, mas ao menos era privado. Explico. Mini bolacha chama-se Mia. Mia, Mimi, Mimika. Às vezes, muitas vezes, tantas vezes, com "s". 

domingo, 2 de março de 2014

Mãe, uma definição

Uma mulher depois dos trinta que tem a melhor desculpa do mundo para comprar peluches para si. No sharesies.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Cheap trick

Sinto-me sozinha e esquecida pelo meu mundo. Publico fotos dos putos no Facebook e a coisa compõe-se. Como já disse, são bonitos. É a minha sorte. E a deles, senão vendia-os. 

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

À espera que a Maria Rita cante

Consoladinha de ouvir falar o nosso português mas em mais cantado. Até podia vir sem ovo e só com batatas fritas que não me saberia melhor. 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Mãe, uma definição

Uma mãe é uma mulher que não sabia a quantidade de beijos que tinha guardada dentro de si. 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Babyproofing 101*

Acontece a todos os pais. A criança percorre sozinha os seus primeiros vinte centímetros e a casa vem abaixo com a felicidade. Mãe que é mãe e pai que é pai ficam absolutamente fascinados com esta conquista, a primeira de muitas. Até que, de repente, a ficha cai... aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, valha-me Deus, as esquinas, o chão, as tomadas, os cortinados, os fios, as toalhas de mesa, os móveis encostados à parede... O safe haven que era a casa torna-se, num instante, uma ameaça em cada esquina (literalmente).

Mas não há que temer, estou aqui para ajudar! Para que o tema "pôr um capacete à prole" não redunde em testes científicos com o objectivo de aferir os efeitos do sofá no número de horas de sono REM dormidas, por exemplo, aqui está uma sugestão de como proceder ao babyproofing.

Babycenter App, 2013
[Duct tape = fita de vedação]

*101 (ler one-oh-one) significa "nível básico". Nas universidades americanas (e peço desculpa pelo meu desconhecimento se isto acontece noutros países), as disciplinas estão codificadas(alfabética e numericamente): a cada disciplina corresponde um código particular, código este que revela também o nível de dificuldade ou sofisticação associado (as letras indicam o departamento ou programa associado). Por exemplo, na North Carolina State University, onde estudei, ao código "EC 201" corresponde a disciplina "Principles of Microeconomics" e ao código "EC 301" corresponde a disciplina "Intermediate Microeconomics" (o código "EC" quer dizer que é do departamento de economia). A disciplina de mestrado é a "ECG 700" (ler seven-hundred), a que corresponde a "Fundamentals of Microeconomics" e a de doutoramento é a "ECG 701" (ler seven-oh-one), a "Microeconomics I", a que se segue a "ECG 702", a "Microeconomics II" (a letra "G" no código indica que é uma disciplina de pós-graduação, ou graduate). Deste modo, descrever algo como sendo "one-oh-one" quer dizer que é elementar (my dear Watson).